Notícias

Babá morta foi forçada por patroa a fazer programas sexuais, diz polícia

A patroa da vítima, Camila Barroso, foi presa sob suspeita de envolvimento no assassinato. A Polícia Civil do Amazonas está à procura de um segundo suspeito e investiga as motivações por trás do crime.
  • Categoria: Brasil
  • Publicação: 30/08/2024 11:27
  • Autor: Foto: Redes sociais

babá Geovana Costa Martins, de 20 anos, foi encontrada morta em uma área de mata no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus, com sinais de espancamento, no dia 20 de agosto. Camila Barroso, a patroa dela, foi presa sob suspeita de envolvimento no crime.

A polícia também está à procura de Eduardo Gomes da Silva, que também está sendo investigado pela suspeita de participação no assassinato da jovem. A motivação do caso ainda é incerta, conforme as investigações da Delegacia de Homicídios.

  • Desaparecimento da vítima
  • O trabalho que virou exploração
  • A patroa tem filho? A criança morava na mesma casa?
  • Quem são os suspeitos de envolvimento no crime
  • O que diz a polícia
  • Motivação do crime

Desaparecimento e morte da vítima

A polícia afirmou que Geovana foi dada como desaparecida em 19 de agosto. O corpo da jovem foi encontrado com sinais de tortura no dia seguinte, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital, e foi identificado pela família no Instituto Médico Legal (IML) no domingo, 25 de agosto.

Segundo a polícia, Geovana faleceu na noite de 19 de agosto. A investigação indica que a causa da morte foi traumatismo craniano, possivelmente resultado de agressões, conforme informou a delegada Marília Campello, que está à frente do caso.Trabalho que virou exploração

De acordo com a delegada Marília Campello, Geovana começou a trabalhar como babá na casa de Camila, no bairro Petrópolis, Zona Sul de Manaus. A função seria para cuidar da filha da suspeita, que não teve idade divulgada pela polícia.

As investigações revelam que, na residência, a vítima foi aliciada e atraída para um estilo de vida de festas e bebidas. A patroa passou a forçá-la a permanecer na casa, impedindo que a jovem saísse, mesmo contra sua vontade.

“Essa vítima era praticamente forçada a fazer programas sexuais. Pelo que apuramos, a casa funcionava como uma casa de massagem. Além de Geovana, outras meninas também passavam por lá, mas a vítima morava no local e não podia se relacionar com pessoas de fora”, relatou a delegada.

Ao g1, a mãe da vítima, Márcia Costa, relatou que a filha trabalhava para a suspeita há cerca de um ano, mas nunca mencionou qualquer desentendimento com a patroa.

“Até o momento não sabemos de nada. Ela [Geovana] nunca havia me contado nada. É um sofrimento, saber que ela estava trabalhando com alguém e depois descobrir que minha filha está morta.” lamentou a mãe.
Os suspeitos de envolvimento no crime

Eduardo Gomes da Silva está sendo procurado pela polícia como suposto cúmplice de Camila no assassinato.

A Polícia Civil divulgou na tarde desta quinta-feira (29) a imagem de Eduardo, procurado por suspeita de envolvimento na morte da babá.

De acordo com a delegada Marília Campello, o veículo usado para deixar o corpo da vítima no bairro Tarumã pertencia a Eduardo, que é filho da proprietária da casa onde Camila, atualmente presa, morava de aluguel, junto com a vítima.

O que diz a polícia?

A delegada Marília Campello revelou que Camila Barroso usava a casa onde morava com Geovana como um ponto de prostituição. No local, a jovem era forçada a realizar programas sexuais.

Durante as investigações, a polícia descobriu que havia outras meninas exploradas sexualmente no local, mas somente Geovana residia lá de forma permanente.

A delegada também informou que, além de manter a jovem em cárcere privado, Camila a impedia de manter contato com outras pessoas, como o ex-namorado, e a ameaçava caso tentasse sair da casa.

“Ela [Camila] dizia que chamaria o pessoal do tráfico para quebrar a perna de Geovana, ameaçando fazer com que ‘acontecesse'”, destacou a delegada.

Motivação incerta
Ainda segundo a polícia, acredita-se que Geovana seria utilizada como “mula” — pessoa que, conscientemente ou não, transporta drogas de um local para outro no corpo ou em objetos —, além de ser forçada a se prostituir fora do país.

“Ainda não podemos afirmar a motivação exata, pois a suspeita nega ter cometido o crime, mas temos indícios suficientes, e por isso ela está presa, explicou a delegada.

A Polícia Civil do Amazonas pede que qualquer pessoa com informações sobre o paradeiro de Eduardo Gomes da Silva entre em contato pelos números (92) 98118-9535, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), ou 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A identidade dos informantes será mantida em sigilo, conforme garantido pela delegada.